A safra 2021/22 de soja foi desafiadora para a agricultura brasileira. Alto custo dos insumos para o programa de manejo, clima adverso comprometendo a plantabilidade e o desenvolvimento das lavouras, alto preço dos fretes para distribuição interna e transporte para os portos de exportação, instabilidade na demanda chinesa e desvalorização do real. São esses os fatores que marcaram o mercado de soja nesta safra.
A venda do grão e de seus derivados foi menor que a média dos últimos cinco anos, de acordo com dados do Safras & Mercado. O baixo estoque, resultado da quebra de safra na região Sul e no Mato Grosso do Sul, fez com que os produtores adotassem uma postura cautelosa nas negociações. Além disso, a China, maior país importador da soja brasileira, diminuiu o número de pedidos e restringiu relações comerciais com o exterior, o que também interferiu na demanda de soja no Brasil.
No início de agosto, a comercialização de soja foi tímida no Brasil, situação que se estendeu para a primeira quinzena de setembro, com sojicultores optando por esperar um momento mais propício para venda, diante da expectativa de recuo nos valores dos fretes. Assim, os preços da oleaginosa encerraram o dia 15/09 com uma variação mensal de -2,01% no porto de Paranaguá, praticando o valor de R$ 182,61/sc, de acordo com o Cepea.
Com o fim do período de vazio sanitário e o planejamento para o plantio da safra 2022/23 de soja iniciado em boa parte das regiões produtoras, agricultores se preparam para retomar a comercialização, uma vez que os valores dos fretes tendem a cair com o desafogamento do transporte, visto que a colheita do milho safrinha está finalizada e se inicia o período de frete de retorno, para transporte dos insumos necessários para a semeadura da soja.
A venda antecipada da safra também está lenta, diante do alto custo de produção marcado pelo preço elevado dos fertilizantes e do barateamento do grão a ser entregue entre fevereiro e março de 2023.
As sacas negociadas com antecedência para serem entregues em fevereiro/março de 2023 estavam custando R$ 161 no Mato Grosso, contra a média de R$ 182 verificada entre abril e maio de 2022. Nesse cenário, produtores preferem segurar os estoques visando também a valorização da soja 2022/23 no mercado, que tem previsão de uma cotação acima da média praticada nos últimos cinco anos.
Expectativas para o mercado de soja em 2023
Com a elevação dos custos de produção e a oscilação no mercado nos últimos meses, produtores buscam estratégias de gestão de risco, frente a um cenário positivo no futuro próximo. A projeção é de um potencial produtivo recorde em 2023, com produção de 150,36 milhões de toneladas, 21% superior à safra 2021/22.
Para os estoques, está estimado um aumento de 153% no volume do grão, passando de 3,9 milhões de toneladas no último ciclo, para 9,89 em 2023. Com isso, a soja brasileira retomará sua competitividade, e o país poderá diminuir as importações em até 86%, o que oferece uma vantagem frente ao mercado internacional.
Reaquecendo a sojicultura nacional
O Brasil ocupa a primeira posição no ranking mundial de produção de soja desde 2019, quando a safra ultrapassou os números dos Estados Unidos. Com as instabilidades climáticas e as dificuldades econômicas frente ao cenário internacional, o mercado de soja brasileiro sofreu um pouco entre 2021 e 2022, ainda que a sojicultura nacional mantenha a liderança.
A safra 2022/23 de soja tende a impulsionar o setor, com expectativa de novo recorde de produtividade. Assim, os sojicultores podem potencializar sua lucratividade, e o país acelerar a economia interna, se adotadas as estratégias adequadas.
Isso não significa que os desafios estejam superados: alto custo de produção, instabilidade na demanda externa e oscilação dos preços do grão ainda são preocupações para a sojicultura em 2023. De toda forma, as lideranças estão movimentando-se estrategicamente para driblar os efeitos negativos da flutuação nos valores praticados pelo mercado internacional.
A cautela nas vendas antecipadas do grão, para aguardar preços mais interessantes, e a comercialização de subprodutos da soja são duas frentes que visam proteger a rentabilidade do produtor. Há uma estimativa de aumento na exportação de farelo de soja, no entanto, o mercado mais promissor que se tem em vista é o de biodiesel a partir de óleo de soja.
O aumento do preço do petróleo favorece a demanda por esse combustível, ao passo que países que ofertam o óleo de soja, como Argentina, estão com escassez do produto. Nesse contexto, o óleo de soja brasileiro está valorizado, sendo uma rentável frente de exportação da cadeia produtiva de soja para o país em 2023, com expectativa de incremento de 10% no valor do óleo de soja destinado ao biodiesel.
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Safra de soja 2022/23 e a rentabilidade do produtor
Mesmo diante da perspectiva de recuperação do mercado de soja brasileiro, é importante se precaver e assegurar bons negócios nos momentos certos, e, para isso, o produtor deve levar em conta programas como o Nutrade.
A iniciativa, que já apoia há alguns anos as negociações de café e algodão para o exterior, passou a apoiar também os sojicultores, exportando e valorizando a soja brasileira diante de grandes compradores, como a China. Com esse tipo de parceria, cria-se uma segurança maior em relação às transações, de maneira a ser possível planejar a safra, do plantio à colheita, com uma perspectiva mais concreta em relação a investimentos e retornos.
Tudo isso é acessível por meio da operação Barter dentro do programa Nutrade. Em negociação contratual, o produtor adquire os insumos necessários para a safra disponibilizando uma parcela da produção que ainda será colhida como moeda de troca, assim, diminui os riscos relacionados aos custos de produção, que ficam travados, facilitando a gestão financeira ao longo da temporada.
Com Nutrade e Barter, o produtor tem maior controle sobre sua rentabilidade e ainda pode ter lucro extra, a depender do contexto de competitividade e valorização da soja. Esse tipo de negociação será ainda mais benéfica ao sojicultor na safra 2022/23, por conta das expectativas positivas em relação à produção e aos preços da commodity, sendo ainda uma maneira de gerenciar com inteligência o cenário de preços elevados de insumos agrícolas.
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